sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Rose 薔薇 (ばら)



 Serenata para Rose

Todos os nossos encontros, posso entrevê-los
As palavras tão soltas como música irão soar
O sorriso acanhado, o arrumar de cabelos
Teu olhar tão doce, receoso de acreditar

E numa serenata, a coragem pra te conquistar
Todas as canções do meu coração embriagado
Nada, nem mesmo o Tempo poderá evitar
Ponto fixo, aquilo que não pode ser mudado

Rosa, cada passo que dei foi em tua direção
E eu nem desconfiava - mas já sabia
Que, inevitável, tocaria teu coração

E para minha supresa - qual não seria
Senão correspondida, minha intenção!
Todo o Tempo - e Espaço - ao teu lado viveria...

Composto ao som de:

Angus & Julia Stone - Big Jet Plane (live)

e

Rose's theme - Doctor Who (BBC Proms 2010)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dream 夢(ゆめ )

O sonho, o salto e o tempo

Corre o sonho
Desmedido.
Surdo aos incrédulos,
Inconseqüente e desimpedido.

Salta o penhasco impossível
E aterrisa, leve como uma pluma
No reino do inconcebível
Muito além das muralhas
Do Forte do Meramente Plausível.

Atemporal, não é jovem
Nem envelhece.
É. Por si só.
Se alimenta da fé.
E nunca,
Nunca se esquece.

Love nest 愛の巣(あいのす)


Depois de muitos anos... Voltei a escrever poesia. Espero que gostem =)

A noite, o dia, o alvorecer

Cubro teu corpo. Está frio.
À luz da lua, deito ao teu lado.
Bate em meu peito, coração vadio
Por ti, em teu sono, enamorado.

A noite gelada aperta o abraço
Junta corpo, alma e respirar.
As minhas nas tuas mãos entrelaço
Suspiro tranquilo, dormir, sonhar.

O sol alvorece um novo devir
Café, sorrisos, pão e carinho
Abrir as cortinas, a luz a fluir

Agora não sonho sozinho
Pode a vida seu curso seguir
De mãos dadas, comigo, o caminho.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Jogos Vorazes 飢餓ゲーム(きがゲーム)




Eis aqui uma pergunta feita à Jennifer Lawrence, atriz que interpreta a personagem Katniss Everdeen, da série Jogos Vorazes:

Why do you think The Hunger Games has struck a nerve with so many people?
“Because it’s a story that reminds us of the worst part of humanity. We’re living in a world obsessed with reality television and our shock factor is constantly desensitized. It takes more and more to surprise us and interest us, and we feed off of other people’s trauma.”

Por que você acha que Jogos Vorazes atingiu tanta gente?
"Porque é uma história que nos relembra da pior parte da humanidade. Nós estamos vivendo em um mundo obcecado com reality shows e o nosso fator de choque é constantemente dessensibilizado. É preciso cada vez mais para nos surpreender e nos interessar, e nós nos alimentamos dos traumas das outras pessoas."


A inspiração de Suzanne Collins, autora de Jogos Vorazes(Hunger Games, Scholastic Books, 2008 - traduzido em português no Brasil como Jogos Vorazes, Editora Rocco, 2010) foram justamente os reality shows. Há quem os defenda, dizendo que é uma maneira de relaxar depois de um dia cansado, de desligar a cabeça, coisas do gênero.

Peraí... Relaxar?

Claro que os participantes destes programas estão lá por livre e espontânea vontade. Mas daí a dizer que se pode relaxar ao assistir o sofrimento, a intriga, as discussões, a artificialidade... É um pouco de sadismo.
Os limites estão cada vez maiores. Nossa tolerância ao sofrimento alheio aumenta a cada dia que passa. Embora tenham sido colocados panos quentes, toleramos um estupro, e já ouvi de algumas pessoas "ela tava querendo, no lugar dele eu teria feito o mesmo". Eu particularmente acho que compraram o silêncio da moça, tiraram o rapaz do show, e já esqueceram o assunto, cuidadosamente tratado apenas pelo tempo em que foi necessário para aumentar a audiência.
E as pessoas discutem, filosofam, torcem, avaliam, julgam e votam. Têm nas mãos o "destino" de outros seres humanos, e tratam tudo como um jogo, como se as pessoas fossem descartáveis.

Aí, caro leitor, você me pergunta: O que são os Jogos Vorazes, e qual a relação disso tudo com os reality shows?

Em um futuro não muito distante, quando cataclismas e desastres ambientais destruíram boa parte da civilização, o que sobrou da América do Norte está dividido em uma Capital(repressora, centro nervoso do poder, onde as pessoas vivem em luxúria e materialismo) e 13 distritos(delimitados por cercas elétricas e com a ordem mantida por guardas armados, extensões do governo que repreende à bala quem não se ajusta, os mais distantes vivendo na penúria, com pessoas morrendo de fome, trabalhando para sustentar a Capital). Após uma insurreição mal sucedida, para lembrar a todos quem detém o poder, cada distrito passa a ser obrigado a enviar anualmente dois tributos, um menino e uma menina entre 12 e 18 anos para os tais jogos (que acontecem em uma arena, onde ficam confinados), onde os 24 participantes têm de matar um ao outro, até que reste apenas um vencedor.
Patrocinadores enviam benefícios à arena para os tributos que se sobressaem, como comida, remédios, armas.
É aí que entra a protagonista, Katniss Everdeen, uma adolescente de 16 anos que se voluntaria quando sua irmã, Primrose Everdeen, de 12 anos, é escolhida para a 74ª edição dos jogos.
Não vou contar mais do que isso para não estragar a surpresa de quem for ler. Li o primeiro praticamente em 24 horas, terminando a série toda em menos de dez dias.
E depois disso, ao ver as pessoas animadas com os reality shows com pessoas confinadas por meses, onde ocorrem intrigas, discussões, estupros, provas de resistência física sofridas e que colocam a saúde dos participantes em perigo, brigas, falsas amizades e alianças(no fim, só um pode vencer), eu me pergunto...

Será que estamos muito longe de organizarmos Jogos Vorazes?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Forgiveness 海容(かいよう)


"Compassion and love are the source of all spiritual qualities: forgiveness, tolerance, all the virtues."
(Compaixão e amor são as fontes de todas as qualidades espirituais: Perdão, tolerância, todas as virtudes).

Agora eu compreendi. Você não pode perdoar se não cultivar compaixão e amor, por si mesmo e pelo próximo. Há pessoas que tenho de perdoar, e a quem tenho de pedir perdão. Assim cultivarei coisas boas, e, nas palavras de Sua Santidade, o Dalai Lama, viverei bem o presente, para, quando olhar para trás, ser feliz novamente. É assim que decidi viver minha vida. Fazendo um bom presente para que ele se torne um bom passado.

Namaste!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Karma 業因(ごういん )



Todos nós, ao longo do caminho, nos deparamos com o arrependimento. Eu, por exemplo, deixei para trás amizades que foram interrompidas muito cedo. Hoje olho para trás e vejo que deveria ter feito muita coisa diferente.
Adquiri um karma negativo com isso. Carregarei esse peso até que essas relações se tornem positivas, nesta ou na outra vida. O fato é que nessa intrincada rede de Indra da qual fazemos parte, todos os nossos atos tem uma repercussão, e temos que aceitar isso em algum momento da vida.
Torna-se mais fácil carregar o fardo se retirarmos o peso da culpa. Independente de qual tenha sido o problema, houveram dois lados, duas forças agindo. Precisamos caminhar sempre com a esperança de que, mais hora, menos hora, aquele karma negativo será transformado.
Guardemos com carinho as lembranças de amizades que se foram, e se as coisas não terminaram bem, tenhamos fé na misericórdia divina, que a cada vida nos renova as chances. É um pensamento confortador o que diz que se erramos agora, teremos, mesmo que lá na frente, uma chance de acertar.
Ninguém carregará seus karmas negativos pela eternidade. Eu agradeço por todos aqueles que passaram pelo meu caminho, e continuarei em frente, sempre. Muita paz e luz a todos.

Namastê!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

New Life 新生活(しんせいかつ )




Put to rest
What you thought of me
While I clean this slate
With the hands
Of uncertainty
So let mercy come
And wash away

What I've done
I'll face myself
To cross out
What I've become
Erase myself
And let go of
What I've done


É essa a trilha sonora da minha mudança.
Por muitos anos eu andei pela estrada com estribos e arreios presos a mim, seguindo como um cavalo domesticado o caminho que impunham a mim(muitas vezes sem perceber), e só agora decidi me libertar de vez; porque liberdade é uma questão de opção. Quando você aceita que é livre, tem nas mãos o poder de mudar.
Uma vida nova se apresenta à minha frente. Mas para chegar a esse ponto do caminho eu tive que olhar para dentro de mim mesmo, confrontar o que eu tinha de pior em mim - o que não é nem um pouco fácil - sem me culpar, porque parte do que eu sou(especialmente a que eu não gostei de ver) vem das minhas raízes, do meu início nessa vida, e isso eu não tenho como controlar. O que eu fui feito pra ser, eu fui, e hoje eu enxergo que parte disso tudo não foi bom.
Mas como tudo é impermanente, a mudança era inevitável. Da vida, aprenda tudo, use o que for bom, descarte o que não lhe serve. Leve na sua bagagem só o que te for útil, e o caminho será mais fácil. Quando estamos atulhados de tralhas inúteis, a mala fica pesada, e inevitavelmente penderemos para um lado ou outro enquanto a carregamos.
Não é fácil seguir em frente sem olhar pra trás. Mas perdoe o que você fez anteriormente em sua vida, aceite seu papel na Criação e seu valor, e verá que tem nas mãos tudo o que precisa. A felicidade não está fora de você, em agradar aos outros(nem o Cristo nem Buddha conseguiram, não será você o primeiro a alcançar esse feito), em manter imagens ou obedecer vozes alheias. Quando você ouve a si mesmo e faz o bem a si mesmo(o verdadeiro, não o egoísta), faz bem ao Mundo, às pessoas ao seu redor(ainda que algumas delas encarem sua mudança como uma afronta, ingratidão, entre outros).
Mude.
Adapte-se.
Seja um co-criador. A vida é muito curta para ser pequena.

"...Liberdade, essa palavra
Que o sonho humano alimenta
Que não há ninguém que explique
E ninguém que não entenda..."
Cecília Meireles


"...Não tem nada de iluminado no ato de se encolher, pois os outros se sentirão inseguros ao seu redor. Nascemos para manifestar a glória do Espírito que está dentro de nós. E a medida que deixamos nossa luz brilhar, damos permissão para os outros fazerem o mesmo. À medida que libertamos nosso medo, nossa presença libera outros"
Nelson Mandela