domingo, 18 de julho de 2010

Never alone on the pathway



Republicando um poema dedicado àqueles que curam minhas feridas, me fortalecem quando minha força falha, que me dão a mão quando o pé resvala e quando saio vitorioso de uma batalha, de braços abertos num abraço me congratulam. Os amigos são os maiores presentes que Deus poderia ter me dado - e tenho de agradecê-Lo todos os dias por eles.

"Amigo dileto das horas incertas
Dos braços que acolhem
Das portas abertas
Dos risos tão soltos
Das mãos extendidas
Tu és como poucos
E vem de outras vidas
Mudou meu caminho
Partilha meus passos
Não ando sozinho
No vasto caminho
Da estrada da vida,
Feliz, sem medida."


Fiz em homenagem a alguns poucos amigos - especiais.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

The Firmament wanderer 天空の流浪人



A pedidos ressuscitando o blog com um dos contos curtos que mais gostei de escrever :)

Deitado na relva. Macia, com aquele cheiro de verde característico.
A noite era agradável, nem quente nem fria. O sereno era fresco e tornaria-se orvalho pela manhã. Era assim, as coisas se transformavam, inevitável causalidade.
Fitava o tapete do céu, forrado de estrelas, com os braços cruzados por trás da cabeça e as pernas uma por cima da outra. O peito nu, os pés descobertos naquela displicência sem tamanho e surda dos alarmes alheios.
Contemplava aquele espetáculo sutil que se desenrolava à sua frente. O vento remexia seus cabelos, longos, retorcidos por uma traquinagem da natureza em pequenas ondulações que agora faziam cócegas em seu rosto, debruçadas risonhas sobre seu nariz, seus olhos, seu próprio sorriso.
Imaginava figuras formadas pela ligação daqueles milhares de pontos. Formas sutis advindas da sua mente, eterna viajora. Seus olhos refletiam o brilho das estrelas, absorviam-no, agregavam-no na substância incomum que o preenchia por completo.
Sentia agora como se flutuasse por entre os astros. Via tudo à sua volta com a curiosidade de uma criança pequena, sedenta por tudo apreender daquilo ao seu redor.
Nebulosas, cometas, formas nunca descritas por nenhuma ciência humana... passava por todas elas em sua caminhada pelo espaço.
Súbito, compreendeu. Era infinito o caminho. Sendo assim, jamais deixaria de palmilhar a estrada celestial, tocar aquele chão com os pés nus do jovem desencanado que era. O espaço, enfim, não era vazio, mas povoado das mais inacreditáveis possibilidades.
Maravilhado, fechou os olhos, e agora contemplava novamente o céu deitado na grama macia. E guardou para seus sonhos a imagem da última constelação que avistou antes de cair no sono. Quando acordasse no dia seguinte, lembraria da viagem que fizera leve como nunca, de todo aquele brilho que tinha som de riso e ar de menina desenhada pelo coração como num jogo de ligar os pontos com as estrelas do céu...

Ouvindo Pure Spirits of the Forest - Avatar Original Soundtrack